Lençóis Maranhenses

Realizando um sonho antigo, rumei com marido secreto e filhos secretos para o Maranhão, decidida a conhecer os famosos Lençóis. Altas expectativas, totalmente superadas. Prezado leitor, prezada leitora, larguem tudo e sigam para lá! De minha parte, contribuo com algumas dicas para esse passeio inesquecível.

Em primeiro lugar, é importante saber que as lindas lagoas entre as dunas do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses só se formam durante a temporada das chuvas, que vai de junho a setembro. Então, agende sua viagem nesse período. Mas o Parque não é o único destino imperdível na região. Por isso, conte com um mínimo de quatro dias de permanência (cada passeio dura praticamente um dia inteiro).

Ficamos hospedados em Barreirinhas, de onde partem os passeios mais recomendados. O município fica a 300Km do aeroporto de São Luis e contratamos, já do Rio, um carro para o translado de ida e volta. Nosso hotel, o Porto Preguiças Resort, é confortável, com boa estrutura e bons preços, se comparados aos dos hotéis do Rio e São Paulo. Fica às margens do rio que lhe dá nome, o que possibilita banhos de rio, passeios de caiaque e, principalmente, uma paisagem de filme, combinando rio e floresta. Delícia descansar no silêncio no deck com essa vista e o por do sol nem dá para descrever.

Três passeios não podem faltar:

O primeiro tem como destino a Lagoa Bonita, no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. O trajeto até a entrada do Parque é feito em veículos 4×4 e leva cerca de uma hora por estrada de terra. Dali em diante, só passam pedestres. Mas nem pense que a caminhada é um sacrifício. Logo ao subir a primeira duna, a visão já vale o esforço. O caminho com guia até a lagoa já é uma atração, com brisa soprando na medida.

O segundo destino imperdível é a Lagoa Azul, também no Parque Nacional. O trajeto é similar, embora o destino fique em outro ponto do Parque. Visão diferente, mas igualmente bela. Nos dois passeios, são indispensáveis o filtro solar, chapéu e óculos escuros, além de água e biscoitos ou sanduíches, pois na reserva nada se vende.

O terceiro é de lancha “voadeira”, subindo o Rio Preguiças – a paisagem é uma pintura e há ainda paradas estratégicas. Em primeiro lugar, o povoado de Vassouras, onde macaquinhos vêm comer pedacinhos de coco ou banana nas mãos dos visitantes. A vista tem dunas lindíssimas, lado a lado com o rio. O encontro entre o amarelo da areia, o azul do rio e o verde da mata formam uma bandeira de encher de orgulho qualquer brasileiro.

Outra parada clássica do passeio de voadeira é o povoado de Caburé. Nele, há maior estrutura – restaurantes e pousadas – e apenas cem metros separam o rio do mar. Na praia, quiosques oferecem camarões grelhados com “tempero secreto”. Especula-se que o segredo é mariná-los em suco de laranja, alho e coloral antes de grelhar. Pra acompanhar, caipirinha de limão galego. Há aluguel de quadriciclos para passeios pela praia.

Caburé é o ponto de retorno da maioria dos barcos. Porém, vale a pena acertar com o barqueiro uma esticadinha até a foz do Preguiças. São poucos minutos a mais, que garantem a linda visão do encontro com o oceano e a sensação de caminhar numa ponta de areia, com o mar de um lado e o rio do outro. Para os incansáveis, há ainda a caminhada de duas horas e meia pelas dunas, partindo deste ponto (Atins). Pode-se também fazer o passeio em veículos 4×4, agendando com antecedência.

Já no caminho de volta, parada no povoado de Mandacarú, de cujo farol tem-se vista privilegiada de toda a redondeza, e ainda sorveterias com sabores regionais: buriti, bacuri, cupuaçu… Também na volta, já à tardinha, quando a maré está mais cheia, vale a pena explorar de barco os lindos e misteriosos igarapés.

Os passeios de carro podem ser exclusivos ou compartilhados com outros turistas. Para ir às lagoas, a opção mais barata resolve, pois não há muito o que variar. Porém, no passeio de voadeira, vale o investimento num barco exclusivo, para administrar o tempo e o roteiro.

Nos meses de junho e julho, acontece a vaquejada, com shows de música e danças típicas, bacana para quem, como eu, acha que a cultura local é parte gostosa da viagem. À noite, durante a temporada, os bares da Avenida Beira Rio (no Centro de Barreirinhas) têm forró ao vivo.

Barreirinhas não é um lugar para grandes compras, além das peças de artesanato em palha de buriti. Adorei os colares ultra coloridos!

No mais, Bon Voyage!

 

O melhor: a beleza e paz do Parque dos Lençóis e do Rio Preguiças

Pode melhorar: a descida de boia pelo Rio Cardoza. A viagem, em veículo 4×4, leva uma hora, tempo maior que o da lenta e insossa descida.